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Como... redigir um artigo se o inglês não é a sua língua materna


Quais são os tipos de edição existentes?

A edição estrutural refere-se ao que poderíamos chamar de considerações para garantir uma linguagem de ‘alto nível’:

  • O argumento é lógico, o texto segue uma estrutura, o autor evita saltos repentinos no sentido (non sequitur)?
  • O autor evita o uso de palavras ambíguas?
  • O autor seguiu os requisitos de formato e estilo do periódico ao qual está apresentando seu trabalho?
  • Os títulos do documento são adequados?
  • E os parágrafos?

O copidesque diz respeito a questões linguísticas como pontuação, gramática, ortografia, hifenização e adequação ao estilo bibliográfico.

Quais são os custos envolvidos?

Os custos devem ser discutidos com o editor, que provavelmente só apresentará uma cotação se você enviar o documento por email. Esses custos, no entanto, serão provavelmente cobrados por hora ou por página e podem variar de £ 18-£ 20 (valores mínimos) a £ 25-£ 35 por hora e chegar a £ 50-£ 100 por hora (para trabalhos altamente técnicos).

Para trabalhar “com a tela aberta”, o editor cobra valores mais altos - um deles cobra € 10 por página de 400 palavras para editar um arquivo impresso e 15 € para editá-lo com a tela aberta, enquanto uma conversa por telefone para discutir e resolver problemas pode custar € 50 por hora. O tempo necessário para o serviço também varia – um dos valores ‘médios’ praticados é de 175 € para um artigo ‘padrão’ de 15 páginas e as estimativas variam de 3-4 horas a 8-12 horas.

Os sites de sociedades profissionais disponibilizados abaixo fornecem algumas orientações, mas principalmente para trabalhos relativamente mais simples:

De um modo geral, vale a pena solicitar ao editor que lhe dê uma ideia do nível de trabalho envolvido e da profundidade do serviço de edição.

“Os serviços de um editor custam caro – principalmente se você estiver trabalhando num país com uma moeda mais fraca que a do país do seu editor (isso vale para a maioria dos acadêmicos não europeus que tentam contratar editores no Reino Unido). A maioria dos meus clientes não paga pela edição do próprio bolso, pois conta com apoio financeiro da sua universidade ou de outro órgão financiador, e recursos geralmente estão disponíveis para esse fim se o autor souber contatar as pessoas certas na sua universidade para ter acesso a eles.

Ao enviar um email para receber uma estimativa do custo da edição, anexe o documento a ser editado para que o editor possa analisar qual será o nível de trabalho necessário.

Não tente pechinchar com editores ou fazê-los sentirem-se culpados (“sou apenas um acadêmico sem recursos”) para que cobrem menos – a maioria dos editores também está lutando para sobreviver. Se aceitarem trabalhos por um valor inferior ao usual, eles podem acabar perdendo dinheiro. Trate o editor da mesma maneira que trataria outros profissionais e como gostaria de ser tratado se estivesse no seu lugar.

O pagamento dos honorários do editor deve ser efetuado imediatamente após o recebimento do trabalho”.

Dr Lynne Murphy
Palestrante Sênior em Linguística da Universidade de Sussex, Reino Unido

O que mais esperar

A maioria dos editores considera importante preservar o que se chama de a “voz do autor”, ou seja, o estilo autêntico do autor, e é importante lembrar também que a linguagem pode ser, em grande parte, intrínseca à disciplina acadêmica específica e não ao inglês falado natural.

“Tento preservar o estilo do autor na medida do possível, mas também procuro chamar sua atenção para estilos que eu consideraria inadequados para a publicação em questão e apresentar sugestões de melhorias. Vejo que muitos autores não nativos da língua inglesa redigem uma parte do texto em um determinado tempo verbal e subitamente mudam para outro. Em casos como esse, sugiro o modo mais adequado. Por exemplo, ao escrever para a Popular Science, eu sugeriria que o autor adotasse um estilo mais informal baseado no presente do indicativo, enquanto que para o British Medical Journal eu sugeriria uma redação mais formal no estilo de artigos científicos. O autor e o editor devem chegar a um acordo em torno do estilo de antemão”.

Brian W. Ellis
Especialista em editoração científica sediado em Chipre

“Procuro sempre adotar uma postura não invasiva na edição geral, mas quando percebo que algo não está claro ou deve ser alterado, chamo a atenção do escritor para esse fato e apresento sugestões em MAIÚSCULAS. Desse modo, o autor tem também a opção de discutir as sugestões comigo”.

Dr Brian Bloch
Especialista na edição/tradução de textos do alemão para o inglês

O editor também verificará o formato e o estilo do periódico ao qual o artigo será apresentado – por isso, não deixe de fornecer essas informações. (Você também pode economizar fazendo essa verificação por conta própria.)
O mesmo vale para as referências – ou seja, você economizará tempo e dinheiro e cuidar das referências por conta própria. Veja o nosso guia Como... usar o Harvard reference system.

Não espere que o editor resolva todos os seus problemas com o inglês! Além disso, é bem possível que ele precise entrar em contato com você para tirar dúvidas geradas por ambiguidades no inglês.

“O que se observa muitas vezes em textos bem escritos por autores não nativos em inglês são mudanças sutis de sentido que podem não ser intencionais. Por exemplo, se vejo a palavra 'ansiedade' escrita por um francófono, sei que o termo pode abranger uma ampla gama de acepções, como 'anxiété', 'inquiétude', 'appréhension' ou 'angoisse', todas as quais são apresentadas como equivalentes nos dicionários. Para que o sentido fique claro, eu precisaria saber qual era a palavra original ou, pelo menos, o que o autor tinha em mente, para poder então qualificar o substantivo com um adjetivo adequado, se necessário (ou escolher uma palavra diferente). Para fazer um bom trabalho, o editor não deve tentar adivinhar o que o autor quis dizer e, na minha experiência, o trabalho de corrigir mudanças sutis de sentido frequentemente consome mais tempo do que revisar um texto original mal redigido, principalmente porque, no primeiro caso, é mais provável que o autor deseje discutir a terminologia ou fraseologia do texto simplesmente por ter um pouco mais de conhecimento de inglês”.

Brian W. Ellis
Especialista em editoração científica sediado em Chipre

“Não espere que o trabalho esteja pronto para ser apresentado ao periódico/editora no dia em que recebê-lo de volta do editor. Na maioria dos casos, o editor terá indicado algumas dúvidas sobre seções do documento que considerou ambíguas ou contraditórias ou que talvez pudessem ser complementadas com mais informações de que ele não dispunha. Geralmente são necessários alguns dias resolver essas questões”.

Dr Lynne Murphy
Palestrante Sênior em Linguística da Universidade de Sussex, Reino Unido

Quando entrar em contato com um editor?

A orientação geral da Emerald é que o autor deve, em primeiro lugar, entrar em contato com o editor informalmente para apresentar um esboço do trabalho com a promessa de que o inglês será melhorado posteriormente, mas é importante que ele resolva os problemas com o idioma antes de entrar no processo mais formal de publicação envolvendo a revisão de pares. Observe o comentário abaixo, o qual sugere que contratar a edição de um manuscrito relativamente claro pode representar uma perda de tempo, considerando que seu conteúdo poderá ser alterado em função da revisão editorial ou de pares.

“Quando me deparo com um artigo razoavelmente bom e que embora precise ser aprimorado está bem claro de um modo geral, costumo dizer o seguinte: ‘Este texto já está suficientemente bom para ser avaliado por um editor. Não gaste nada com isso agora’. Assim, o autor só se preocupará em gastar dinheiro com a versão final. Seria muito caro fazer várias correções em um artigo de 8 mil palavras para depois o editor insistir na necessidade de excluir 3 mil palavras. Em diversos casos, meu conselho é que os autores se certifiquem de que o editor está interessado no tema e digam a ele que o inglês será revisado para a versão final.

Também é comum nos depararmos com artigos com comentários de revisores contendo sugestões muito específicas de revisão – as mais comuns das quais são as de que a seção sobre a metodologia deve ser aprimorada ou que as conclusões devem ser mais detalhadas. Nesses casos, não posso fazer nada sem receber mais informações do autor. Por que decidiram fazer as coisas dessa maneira ou que possíveis conclusões eles favorecem? Se eu começar a editar o texto a essa altura, acabarei me envolvendo em um longo (e caro) processo de conversas com o autor para tentar colher informações. Normalmente sugiro que o autor responda a essas perguntas bastante específicas antes de iniciar o meu trabalho, para que eu possa reunir todas as informações necessárias para fazer a edição final.

Diante dessas considerações, eu diria que é mais que provável que eu me recusasse a editar a primeira versão de um artigo – seja ela suficientemente boa para um editor decidir se está, em princípio, interessado ou um esboço para o qual eu precisaria solicitar mais informações antes de dar início ao processo de edição”.

Professor David Turner
Editor sediado no País de Gales

Alguns editores também recomendam que o artigo seja submetido a uma edição final antes de ser apresentado.